13 junho 2013

Livros - A Sombra do Vento | Carlos Ruiz Zafón

Existem livros que contam histórias tão especiais que nos iremos lembrar delas e das pessoas que as povoavam durante muitos anos, se não o resto da nossa vida.
A Sombra do Vento é um desses livros; com personagens maravilhosas, que desafiam a lógica, descrições intrincadas e coloridas e uma escrita incapaz de se apoiar em definições banais e aborrecidas, que nos apaixona nas primeiras linhas.
É o primeiro livro que leio de Carlos Ruiz Zafón mas certamente não será o último.



A Sombra do Vento começa por relatar a história de Daniel Sempere e do seu pai, livreiro de profissão, no momento em que este último levou o filho ao Cemitério dos Livros Esquecidos.
Cumprindo o ritual de escolher um livro que ali repousava e que, a partir desse momento, deveria adoptar e estimar, Daniel descobre A Sombra do Vento de Julián Carax.
Apaixonado pelo livro que acabara de ler, Daniel procura saber mais sobre o misterioso autor, que para seu espanto é tão desconhecido para o pai como era para si. Encetadas diligências para encontrar mais informações, acaba por descobrir que alguém se tem empenhado em apagar a existência de Carax e de todas as obras que publicou.
O mote está criado para uma história cheia de suspense até ao fim, que não negligencia, no entanto, a cidade e o tempo que contextualizam esta história - a Barcelona da primeira metade do século XX - e a riqueza folclórica da sociedade em questão. Muito embora, Daniel inicie a história, não existem personagens principais, nem tão-pouco um enredo linear de contornos precisos. E apesar de contar muitas histórias de amor, não se resume a isso!

Bem sei que existem imensas pessoas que se esforçam por não gostar do livro pela imensa popularidade que alcançou. Palermice. Apesar de recorrer a algumas fórmulas certeiras, a escrita é envolvente, bem como o enredo e as personagens criadas. Além disso, é uma verdadeira apologia aos livros e à paixão que eles despertam.
Não é um livro moralista, nem prepara nenhuma lição de vida de algibeira para nos atirar no fim, em forma de recompensa. No entanto, poderia citar inúmeras frases que deliciam pela sua lógica desarmante.

O único senão é o fim que merecia maior tragicidade. Mas porque A Sombra do Vento compõe uma trilogia não será a última vez que ouço falar de Daniel Sempere e de Fermín Romero de Torres.
As trilogias não me agradam pessoalmente. Para além do risco que representa para o autor.
Dito isto, logo que possa estou a iniciar o livro que se segue!!! Para, à semelhança deste, ler de uma assentada.

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